Do celular ao gramofone!

Sempre acho muito legal as sacadas espertas que algumas pessoas têm e de vez em quando, eu mesmo tenho também.

Trabalhando na produção da música nova que lançarei em breve, cujo título é Hey You e a autoria é do querido amigo e músico veterano do blues, bem como manager e fotógrafo do show business – Lincoln Baraccat, me deparei com inúmeras dificuldades, algumas delas já abordadas em textos que publiquei.

Estou buscando uma qualidade de áudio equivalente à de produções que admiro, sendo que para esse momento tenho usado com referência a música Helpless, do guitarrista norte-americano John Mayer. O motivo é que trata-se de um artista bastante experiente e de grande expressão na atualidade, além de ser uma gravação moderna, que possui um áudio dentro dos padrões mais modernos e apropriados para veiculação pelas plataformas de streaming digital.

Observem como tudo o que disse no texto acima é chic! (risos)

E para me auxiliar com certos detalhes da sonoridade da música, vim consultando alguns amigos pelos quais nutro grande admiração sobre a qualidade de seus trabalhos musicais, bem como suas referências e estilos de música, além possuírem qualificação para perceberem as sutis nuances dentre os diversos instrumentos da canção e deterem um linguajar técnico para me orientar com precisão a respeito do que eles fariam e como mexeriam no áudio.

Vejam que agora a coisa ficou mais sofisticada ainda! (risos)

Um desses músicos é o grande pianista e tecladista, Alex Bessa, um veterano do rock que já tocou com grandes nomes da música brasileira, dentre eles a Rita Lee e atualmente integra a banda do blueseiro, Nuno Mindelis, que por sua vez deve ser a maior referência na guitarra desse estilo na atualidade do contexto brasileiro.

Agora literalmente enfeitei o pavão, de tanta rasgar a seda e de tanto enaltecer os processos de mixagem e de masterização de uma música, não é?! (risos)

Mas, porém, contudo e todavia… O Bessa em um dado momento (depois de nos falarmos por “n” vezes) me perguntou o seguinte: “Nando, mas vc já conferiu o som da sua música no celular?!”

Logo retruquei e disse que tinha ouvido no excelente par de caixas “x”, depois no excepcional par de monitores “y” e finalizei dizendo que também havia escutado nos “a”, “b”, “c”… E por aí vai…

Em seguida ele veia com a seguite “sacada””

“Nando, estamos de novo na época do gramofone! As pessoas vão ouvir a sua música em aparelhos de celular, que não têm graves, só tem frequências médias e agudas e o som ainda sai mono! Ou seja, exatamente como eram os gramofones!”

Quase caí de costas, porque eu tinha trabalhado por tanto tempo na sonoridade daquela música e visto e ouvido em tantas caixas de alta fidelidade, mas que no final das contas, a mais quantidade de ouvintes provavelmente escutariam a música no pior tipo de aparelho para essa finalidade!

Tá aí um duro choque de realidade! Quando a gente finalmente descobre que o nariz fica bem meio do rosto! (risos) E sendo assim, passei a escutar meu próximo lançamento musical no meu celular também!

Achei interessantíssima essa percepção e ela me fez ver que depois de tantos avanços, acabamos todos com a qualidade do som dos antigos gramofones, equipamento que foi inventado por Emil Berliner (de origem alemã) em 1.888.

Ou seja, demoramos exatos 131 anos para termos o nosso gramofone de bolso e curtir as músicas sem 90% da riqueza de suas frequências e detalhes! (risos)

Desta forma sigo sugerindo a aquisição de bons fones de ouvido para espetar em seus celulares e findo por desejar a todos um ótimo, revigorante, divertido e “gramofonicamente” muito musical final se semana!

P.S. FELIZ DIA DAS CRIANÇAS! ;D

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