Não caia no erro do pensamento de classes!

Todo pensamento que agrupa indivíduos por considerar certas semelhanças e que culmina com a rotulação de determinados grupos, não passa de generalizações que muitas vezes induz a pensamentos errados, conclusões desastrosas e em eventuais tragédias!

Frases como: “O futuro está nas mãos das crianças.” “Os estudantes são a esperança do país.” “Os caminhoneiros vão parar o Brasil.” “É responsabilidade do governo.” Assim como muitos outros dizeres similares não passam de repeteco de mantras idiotas!

Vamos uma à uma!

“O futuro está nas crianças.” A primeira coisa que está generalizada nessa frase é a palavra futuro. Que futuro é esse? O seu? Do povo? Da economia, do país, da saúde…? A segunda generalização é quanto às crianças e basta assistir ao filme “First They Killed My Father” (dirigido por Angelina Jolie) para ver o que o Khmer Vermelho (exército do partido comunista do Camboja) fez com as crianças do próprio país.

Eles as recrutaram e colocaram na linha de frente de uma guerra sangrenta onde perderam suas infâncias, pernas, braços e as vidas.

Ou seja: Se o futuro está nas crianças e não são elas que vão construir os fatos, então essa responsabilidade é de quem? Será que não é sua e minha também?

“Os estudantes são a esperança.” Aqui as considerações são as mesmas quanto ao futuro que eles podem (ou poderiam) melhorar. Mas há a generalização sobre o que essas pessoas estudam. Das centenas de milhares de estudantes, seriam todos bons alunos? Alguém gosta de cair nas mãos de médicos recém formados? Saliento que toda regra (generalização) tem exceções, mas você gostaria de ser operado por um profissional pouco experiente?

Agora, pense em quantas profissões existem… Não dá nem pra contar e enumerar uma há uma, não é?! Então pergunto: Por que um astronauta saberia cultivar tomates? Por que um advogado deveria saber obturar dentes? Por que um músico saberia pilotar um avião?

Então fica outra pergunta: Como a esperança pode estar nos estudantes se eles são tão distintos entre si, uns aprendem mais e outros menos, alguns são mais competentes do que outros e quando eles terminarem os estudos, todos terão empregos e exercerão suas profissões de formação? Como podem ser a esperança do país, se nem empregos para se sustentarem eles estão tendo?

Sinto lhes informar, mas a vida não é um conto de fadas!

“Os caminhoneiros vão parar o Brasil.” Os caminhoneiros são um grupo de pessoas que dirigem caminhões e eles devem ter as habilidades para isso, mas intervir na política é uma delas?! Percebo que esse ofício consiste em pegar uma carga em um local e levar até outro, mantendo seus veículos em condições boas e dirigindo com responsabilidade, afinal são profissionais desse setor. Mas e os “rebites” que tomam para varar noites acordados para conseguir fazer mais carregamentos e faturar mais? Não são os acidentes que envolvem caminhões e carros que ocasionam as piores desgraças e mortes?

É claro que um país que concentrou toda a sua logística no modelo rodoviário ficou escravo da classe dos caminhoneiros, mas isso aconteceu porque não há trens, aviões e navios para contribuir de forma importante com o transportes de carga e de pessoas e não porque os caminhoneiros são super humanos.

“É responsabilidade do governo.” Essa é a desculpa mais esfarrapada e indigna que alguém pode dizer! Ela simplesmente retira a responsabilidade de si mesma e coloca em “NINGUÉM”! Quem é o governo? Exatamente ninguém!!!

O governo é uma abstração! É um número… Um nome… Um CNPJ e só! E as pessoas que povoam as repartições públicas não são o governo, são apenas funcionárias do governo. As pessoas eleitas também não são o governo, apenas estão temporariamente conduzindo essa abstração porque foram votadas por um eleitorado que as elegeu. Mais nada!

É por isso o Brasil tem mais de 500, visto que ninguém vive todo esse tempo!

Então se alguém deseja que as coisas funcionem melhor, é bom parar de pensar no país como se ele tivesse vida própria, porque nem os maiores impérios da humanidade tiveram: Egito, Grécia, Roma, Pérsia…

A única resposta que consegui extrair desses temas todos é que vivemos balizando assuntos sob premissas falsas e um dos maiores tratados sobre o nada com merda nenhuma é “O Capital” do “Karl Marx”, onde ele cria a categoria do proletariado que é antagônica à dos capitalistas e cuja proposição é o conflito entre ambas, para que fique apenas uma (a do proletariado) de forma a sanear as tensões entre as duas classes.

Raciocínio simplificado: Se um briga com o outro, mate o outro e um não briga com um.

Só sei que cada um têm de fazer o que pode. Agora! Nem que o melhor para p momento seja o descanso! Mas pensar com a isenção de que a culpa é do governo, o futuro está nas crianças, a esperança são os estudantes e que se tudo der errado os caminhoneiros que vão parar o Brasil, simplesmente já está dando merda! Muita merda!

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