Dica do mestre “Heraldo Dumont”!

 

O caminho das pedras...

É aquela velha história… Se conselho fosse bom, não se “dava”, se vendia!

Entretanto, contudo, todavia, não obstante e diversas outras conjunções adversativas ademais… Com o tempo as coisas tendem a ir se “clareando” e algumas dicas que por ventura recebemos “gratuitamente” e de forma “despretenciosa” podem vir à tona depois de anos, nos forçando a perguntar: – Porque eu não vi isso antes?!

Ao tilintar do circular metal na minha, por vezes, enlatada cabeça dura, percebi a importância de uma dica que recebi de um ilustre músico há muitos anos, a qual quero compartilhar dado aos efeitos decisivos que experimentei na prática! Pois é, com toda essa verborragia, quis dizer apenas que; enfim “caiu a ficha”! (risos)

Em 1.997 o projeto “Asa Branca” veio realizar um show musical ao ar livre em frente ao “Ginásio de Esportes Nelson Rüegger” (Araras/SP) e os renomados artistas que o compunham eram a cantora e atriz global “Tânia Alves”, o exímio e reconhecido sanfoneiro “Dominguinhos” e o renomado guitarrista “Heraldo Dumont”, responsável por este artigo.

Já naqueles anos eu perambulava pela redação do “Opinião Jornal”, casa que sempre acolheu meus artigos sobre arte e cultura, pelo qual fui entrevistar os músicos acima mencionados, oportunidade em que aproveitei para levar meu instrumento e mostrar algumas composições instrumentais de violão para o ídolo “Heraldo”.

Após o trabalho veio a o grande momento, saquei a viola da sacola e depois de mostrar o que eu tinha de melhor a oferecer veio a seguinte fala com sotaque bem puxado ao nordestino: “Fernando, vai tocar violão instrumental pra quem? Faça um disco bem bonitinho e cantado pra ganhar “um” e depois faça outro disco como você quiser.”

Que balde de água fria e quantos anos pra atender a um conselho tão verdadeiro! Só fui lançar meu CD “cantado” e “bonitinho” aos 13 dias de dezembro de 2010 e ao comentar recentemente esse episódio com meu amigo e mestre em fotografias “Lincoln Baraccat”, lhe disse: – Rapaz, olha só. Quase 15 anos depois me caiu a ficha que andei todo esse tempo para acatar uma dica tão acertada. – Acho que sou muito lerdo! “Lincoln” imediatamente respondeu: – Parece que é mesmo! (risos)

Tenho entrevistado muitos músicos por conta dos textos aqui publicados, artigos diversos, pelos programas Clube da Música da rádio e tenho percebido o quanto esse conselho do grande mestre “Heraldo Dumont” poderia ser útil a muitos colegas. Por isso faço questão de trazê-lo aqui nestas linhas, para que outros músicos eventualmente não precisem percorrer caminhos tão longos para chegar ao óbvio!

A música é uma linguagem e como tal, só ganha sentido ao ser compreendida pelos ouvintes. Por diversas vezes, a maior beleza está na simplicidade e como experts em  instrumentos musicais, não é incomum levar sua música à distância da maior parte dos ouvidos, para agradar apenas àqueles que exaltam a complexidade. Deixar isso acontecer é se isolar do público.

É evidente que não se trata de deixar o bom gosto, o cuidado, a qualidade e o respeito com a música de lado, nem de optar por tocar ou produzir o lixo cultural que impera na atualidade. Trata-se de não deixar com que a vaidade do próprio músico obscureça sua visão e prejudique sua capacidade de avaliar o potencial e os resultados que suas músicas podem ter.

Fui na contramão das palavras de “Heraldo Dumont” e vão por mim. Não foi um bom negócio! (risos)

Que todos tenhamos um final de semana repleto de boas e simples alegrias e prazeres, ao som de músicas simples e bonitas, como “I Won’t Back Down” do célebre cantor e compositor norte-americano “Johnny Cash”. Fica a dica!

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