O Tempo de Júlia Bosco!

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Adoro quando surpresas me surpreendem de formas surpreendentemente fortes!

No caso específico, aconteceu ao “facebookar” pelos links dos amigos cibernéticos e lá me deparar com a notícia de um novo CD que fora lançado. Tratava-se do primeiro álbum, “Tempo”, da cantora e compositora Júlia Bosco, cujo sobrenome não é mera coincidência, mas digna herança recebida do músico João Bosco, seu pai.

Talento se transfere de forma hereditária? Em alguns casos parece que sim, mas talvez na maior parte das vezes, penso que não. O que pode nos levar a refletir que cada um tenha seu próprio dom, seu brilho, seu presente… E nesse sentido, Júlia literalmente “chega chegando” para não deixar a menor dúvida de sua inquestionável qualidade!

O “Tempo” é um álbum composto por treze faixas muito bem gravadas e produzidas, com sonoridades eximiamente resolvidas em sua pluralidade e cujos astrais das músicas, bastante diversos entre si, também vêm muito bem assinalados e acentuados pelos arranjos.

Quem pilota a produção independente (distribuída pela Tratore) é Plínio Ferreira e Fábio Santanna, que também é parceiro de Júlia em nove composições e assina outras quatro. Para mim, o equilíbrio de frequências da masterização do disco, o bom gosto de sua mixagem e as doses mais do que adocicadas dos subgraves são elementos dignos de destaque!

O “Tempo” é um álbum que “talvez” possa se enquadrar no que “talvez” se possa chamar de New MPB ou coisa que o valha… Isso dado à universalização das influências disponíveis aos músicos atuais e tendo em vista estarmos no que “talvez” possa ser chamado de geração do “E”.

No passado, “talvez” vivêssemos na geração do “ou”: Ou rock, ou jazz, ou blues, ou POP, ou MPB, onde não se permitia facilmente a miscigenação de gêneros musicais.

Desta forma contemporânea, Júlia Bosco lança mão dos diversos recursos musicais disponíveis aplicando o “E” com muito bom gosto, culminando em arranjos orgânicos e simbióticos onde convivem metais sinfônicos “e” baterias de Dub “e” violões de MPB “e” contrabaixos de jazz “e” corais “e” cantos com letras poéticas “e” guitarras com teclados funkeados… Tudo resultando num álbum coeso “E” moderno, ao mesmo “Tempo” que é homogeneamente tão plural!

Sabe àquele CD que deixamos rolar e não percebemos que já tocou horas e horas? Que começou e recomeçou até perdemos a conta? Esse pode ser honrosamente chamado de um “disco de cabeceira”!

Mas ainda tem mais: Para fechar com chave de ouro, o álbum ainda conta com as participações mais do que especiais de Marcos Valle e de João Bosco. É mole?!

Interessou? Então segue o link oficial (www.juliabosco.com) onde poderão desfrutar e se esbaldar com todo o “Tempo” de Júlia Bosco!

Por fim, sigo com meu desejo usual de que todos tenhamos um final de semana divertido, alegre, revigorante e muito, mas muito musical!

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