Rita Lee e a Corte do Rock’n’Roll

Rita Lee

No dia 09 de dezembro teremos no Sayão FC o show de uma lenda viva do rock brasileiro, Rita Lee.

A rainha do rock virá acompanhada de toda a sua corte, seu rei, marido, guitarrista e diretor do show, Roberto de Carvalho e seu filho, o príncipe do rock e também guitarrista, Beto Lee.

Nós, seus súditos, que somos embalados há quase 40 anos pela sua voz, composições e personalidade marcantes, não vemos a hora de reverenciá-la no que deverá ser o maior concerto do bom e velho Rock’n’Roll realizado em nossa cidade e representado pela sua maior expressão nacional, Rita Lee.

A visão dos organizadores deste evento e sua iniciativa devem ser parabenizadas porque em meio aos já tão saturados estilos musicais comerciais, eles trazem à tona o rock, estilo não apenas assinalado por seu ritmo agitado, distorções e baladas, mas principalmente pelo que nós, roqueiros, costumamos chamar de “atitude rock”.

Atitude manifestada em grande parte das vezes pela mania de questionar os acontecimentos e o próprio sistema. Que também dá uma postura menos “cordeirinha” diante de fatos como: o de sermos diariamente lesados pela impunidade de políticos corruptos, o de que comumente nossos interesses não são representados por aqueles que elegemos e o de saber que não precisamos seguir todas as tendências que nos são colocadas.

Ela mesma, Rita Lee, transgrediu várias vezes os formatos tradicionais de se produzir músicas de sucesso para a macro-mídia, também cantou letras ácidas que criticavam tradições e conjunturas infelizes de nosso país e ainda assim continua lá, em sucesso, inabalável, mesmo não cedendo aos ditames das modinhas e até fortalecida pela fidelidade ao seu estilo e idéias.

Sim, pode-se entendê-la como um marco. Sua longevidade artística nos mostra isso, ela sobrevive sem exibir a bunda, sem coreografias sensuais e ao atual universo musical, cujo conteúdo usualmente orbita em torno de frases do tipo: “eu te amo”, “liga pra mim”, “volta pra mim”, “um tapinha não dói”, “vou chorar”, “é o amor”, “pocotó ,pocotó, pocotó, pocotó” e por aí afora…

Às vezes me pergunto, será que esses compositores só têm coração e genitais? Onde estão seus fígados, estômagos, pâncreas, pulmões, olhos, ouvidos e principalmente seus cérebros?

Bom… de qualquer forma estou feliz pela vinda da Rita, porque um pouco desse acumulado refugo da cultura pop de hoje será diluído com boas músicas, boas letras e solos de guitarra num show onde o público não será tratado como bobo da corte.

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