Copa: Palco para jogos, dentro e fora do campo.

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Tem muitos interesses em jogo e a Copa ainda nem começou!

Desde a caída da ficha sobre os valores envolvidos na realização da Capo do Mundo, devido à materialidade que obtiveram quando das construções dos estádios, parte do povo brasileiro vem se perguntando sobre as prioridades desses bilionários investimentos, que foram destinados a um esporte, ao invés das tão falhas infraestruturas brasileiras.

Como se não bastasse, praticamente todo o aparato logístico que seria construído para a realização do mundial não aconteceu e os já estratosféricos valores das arenas foram acrescidos e acrescidos, multiplicando-se e em alguns casos sequer alcançando a conclusão das obras.

O brasileiro trabalhador (aquele sem lenço nem documento), agora indignado por conseguir vislumbrar e dimensionar os vultosos recursos disponíveis no orçamento nacional e poder prever o impacto de sua utilização para sanar as mais diversas dificuldades quotidianas, se pôs a manifestar de diversas formas.

Obviamente que os mais exaltados partiram para o quebra-quebra e que os menos entusiasmados se retiraram das ruas, possivelmente em direção às críticas virtuais pela internet. O certo é que essa copa marcou um gol de placa na consciência do brasileiro, sobre seu próprio país, o Brasil.

Agora estamos às vésperas do famigerado mundial, a “Copa das Copas” e, diariamente vemos classes organizadas (como a dos motoristas de ônibus, policiais, metroviários, professores e outros…) – percebam que em geral correspondem à porções do funcionalismo público – fazendo paralisações que seriam legítimas se não fossem irresponsáveis, devido ao prejuízo que causam a todos os outros cidadãos e não somente ao desgaste político pretendido junto aos governantes.

A cidade de Salvador virou palco de barbárie com a paralização dos policiais e àqueles mais sentiram os efeitos dos saques foram os pequenos empresários que eventualmente sequer vão conseguir se recuperar. As grandes empresas têm lastro para lidar com esses episódios e seus diretores não ficam na linha de frente dos embates. Quem sente as paralizações dos transportes públicos no Rio de Janeiro e em São Paulo são as pessoas comuns que precisam ir estudar, trabalhar, ao médico… Os grandes empresários e políticos de alto escalão têm horários flexíveis e sobrevoam, de helicóptero, por todo o caos social.

Através disso somos manchete nos jornais do mundo inteiro e estamos chamando a atenção de empresários que podem ver possibilidades num amplo campo de necessidades, mas também estamos dando mostras de que somos um país descontente com nosso sistema de governo e que é possível sermos manipulados por conta dessa falta de estabilidade. Decisões repentinas e com bases emocionais não costumam resultar em Prêmios Nobel (que por sinal, o Brasil não tem nenhum).

É fácil identificar que também há grupos querendo tomar os seus quinhões, proporcionados por toda essa problemática e passam a acriar dificuldades para vender soluções, esperando conquistar espólios dado à atual urgência (e prazo) em assegurar o funcionamento de serviços essenciais aos turistas durante a Copa, o que noutra oportunidade talvez não conseguissem.

O certo é que na semana que vem será dado o pontapé inicial à série de jogos da Copa do Mundo e que depois de um mês será entregue o troféu que dá nome ao campeonato e, espero que nesta taça não esteja o gosto do fel por nossos desfeitos e que também não esteja o anestésico pela conquista do hexacampeonato, fazendo com que toda a consciência sobre nós mesmos (como país) se ofusque pelo brilho dourado de uma simples visão, que duzentos milhões de habitantes não levarão para casa e não se beneficiarão dela.

As notícias são todas sobre a Copa, mas o que está em jogo são as eleições de 2014, que virão logo em seguida e isso determinará o futuro que teremos, o nosso por vir… Não podemos esquecer disso.

Novamente desejo a todos um ótimo, revigorante, divertido e muito musical final de semana!

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