E agora: Quem poderá nos defender?

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Sabe como é, né?! Algumas pessoas foram às ruas nesse último dia 15 de março e eu também estive com minha bandeira do Brasil fabricada na China e comprada na lojinha de 1,99 do Xing Ling da praça da basílica.

Chegando lá presenciei uma passeata realmente pacífica, com 3 mil pessoas segunda a PM e a organização, mas para mim (que produzo e cubro eventos com frequência) pareciam quase 5 mil, dado que forravam o chão sem deixar aparecer o asfalto por algumas quadras durante a caminhada.

Em Araras/SP os pedidos principais eram o de “fora Dilma”, “fora a corrupção” e de “fora PT”. Em São Paulo, onde mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas, o amigo Manolo (um dos milhares de protestantes) me disse ao telefone que o português empregado na música “Faltando um Pedaço” de composição de Djavan trazia o coletivo errado para lobos (cantava matilha e não alcateia) e também, que o principal grito do povo da Av. Paulista era somente um: o de “fora PT”.

Na televisão, a imprensa buscava maneiras mais amenas para reproduzir todo o desgosto expresso de formas menos rebuscadas e mais diretas pelas ruas do Brasil, enquanto os políticos e partidos que apoiam o atual governo faziam peripécias para agradar a gregos e troianos, como se a Ilíada (livro do escritor grego Homero que narra a guerra de Tróia) pudesse ter sido escrito em duas páginas relatando que ambos os antigos países oponentes teriam simplesmente feito às pazes…

No pronunciamento dos ministros após as manifestações, o Exmo. Sr. José Eduardo Cardozo (titular da pasta da Justiça) dizia sobre a liberdade que o governo dava para as pessoas poderem se expressar, o que me parece estranho visto que os direitos de “ir e vir” e o da “livre expressão” são constitucionais e não uma autorização extraordinária dessa gestão.

Já o Exmo. Sr. Miguel Rossetto (responsável pela Secretaria Geral da Presidência) disse, generalizando, que todo aquele contingente de quase 2 milhões de cidadãos que foram às manifestações em diversas cidades do território nacional era composto por eleitores contrários à Dilma. Perguntei: Mas o governo é só para seus eleitores? Podemos eleger mais um presidente e cada um deles governa somente para seu eleitorado? O governo federal não é para todos? Então porque seleciona os discursos e suas origens para dar-lhes menor ou maior atenção? E agora, quem poderá nos defender?!?!?! O Chapolin Colorado morreu e pena que sua roupa era vermelha!!! A corda da minha guitarra quebrou…

Mais uma coisinha… Por que não foi a própria “presidenta” (pra mim continua sendo presidente, com “e”, tanto para homens quanto para mulheres) que veio à mídia para se pronunciar para a população?! Afinal, foi ela que recebeu os cinquenta e tantos milhões de votos e não aqueles 2 ministros, não é mesmo?! Anyway… Onde está minha panela?!?!?!

E as medidas emergenciais tomadas pelo governo?! O tal “pacote anticorrupção” já nasceu obsoleto segundo os próprios parlamentares e segundo minha leiga interpretação, ele é redundante posto que a corrupção já é crime e só não é punida porque nossas instituições são fracas (executivo não investiga os ricos e os políticos e o judiciário não os sentencia com duras penas da legislação). Afinal, todo mundo sabe da diferença na aplicação das leis para ricos e para pobres…

O que acontece é que estamos com um grave problema de fé: Estamos com fé de menos no futuro enquanto que as coisas no governo, no judiciário e no legislativo fedem cada vez mais.

Novamente desejo a todos um ótimo, revigorante e muito divertido final de semana (se for possível)!

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