David Bowie – Do pó ao pó, como as estrelas…

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O termo estrela, quando usado como adjetivo, deve expressar as qualidades referentes ao astro a que se refere.

Flashs momentâneos não podem (ou não deveriam) enganar as pessoas sobre se tratar ou não de estrelas, até porque elas não têm apenas luz.

Elas nascem como todos nós, à partir da reunião de poeira galáctica, mas diferente dos outros corpos celestes, simplesmente não param de crescer e vão acumulando mais e mais densidade, até que sua matéria entra em colapso devido à extrema gravidade e passam a promover fusões nucleares que expelem luz, radiação, calor…

Algumas aglutinam outros viajantes cósmicos e formam sistemas solares com planetas ao seu redor, semelhantes ao nosso, o que vem sendo amplamente detectado no universo e que permite a existência de vida, como a conhecemos.

Estrelas são fontes de energia, o que gera e dissipa a vida e quando morrem, as de maior porte atrofiam num primeiro momento para explodir em novas possibilidades e lançar-se (desfeitas) rumo a todos os lados (cima, baixo, frente, trás, esquerda e direita – em 3D), num ato fundamental de reciclagem panteística.

Assim são as verdadeiras estrelas humanas. Elas não apenas têm luz, criam vida em objetos inanimados (telas, pincéis, violões, guitarras, microfones…) para expelir seu acúmulo de informações, de material, de vida…

Estrelas não brilham apenas nos panfletos, jornais e televisões, elas têm de cumprir os seus papéis de prover os universos (artístico, intelectual, esportivo, científico, literário, político…) de vida, levando esse excedente àqueles que não brilham sozinhos.

Assim foram os antigos Newton (que deu vida à modernidade com sua ciência), assim foi Einstein (que deu vida ao futuro com sua ciência), assim foi Mozart, Beethoven, Picasso, Neruda, Shakespeare… Muitos, mas muito poucos…

Assim foram os modernos John Lennon, BB King, Steve Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Jaco Pastorious, Raul Seixas, Cazuza…

Outros ainda são, como Bob Dylan, Paul McCartney, Eric Clapton, David Gilmour, Buddy Guy, Lobão, Zé Ramalho…

E agora vimos o explodir de uma super nova, uma estrela que acaba de morrer para se lançar em milhões e milhões de pedaços, rumo à criatividade de tantos outros… Rumo ao imaginário de tantas pessoas… Rumo a todas possibilidades e também rumo ao nada.

A pessoa de David Robert Jones faleceu de câncer, mas a obra de David Bowie vai continuar viajando por muito tempo e indo cada vez mais longe, assim como ao olharmos para o céu noturno estamos observando o passado, na luz antiga de grandes estrelas que ainda brilharam fortemente no firmamento.

Sim, ninguém leva nada, mas alguns deixam muito mais do que seu peso corporal para o futuro. Esse é o caso dos grandes artistas, dos grandes talentos, das grandes obras!

Do pó, ao pó, como todas as estrelas! #RipDavidBowie!

Lamentando a recente perda de um talento tão grande, mas agradecendo o seu legado e sua incansável produção em vida (que se deu até o último momento aqui na Terra, caso do seu último disco, lançado a menos de uma semana de seu falecimento), despeço-me desejando a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana, desta vez ao som do saudoso David Bowie!

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