#RelevânciaZero!

relevanciazero

 

Atualmente a profundidade de qualquer assunto é de no máximo uma síntese de um resumo, comprimido em até duas ou três postagens de 140 caracteres, ou de um longo vídeo de 1 minuto.

A Internet oferece tudo de tudo e nada de nada, mas entre as duas ofertas, na maior parte das vezes a grande audiência troca seu precioso tempo de vida para absorver o nada!

Perde-se muito, mas muito tempo vendo coisas que não mudam nada, não acrescentam nada, não melhoram nada, não influem em nada e também não fazem a menor diferença.

Recentemente participei de uma reunião com um premiado produtor de vídeo da cidade de São Paulo. Lá ele expôs que seu dilema era entender as forças que moviam a audiência dos adolescentes e jovens adultos através da internet. Seu objetivo era conseguir produzir conteúdos que eles consumissem.

Até aí tudo bem, mas a exposição prosseguiu em direção ao uso de redes sociais como o Twitter (que permite mensagens com até 140 caracteres), o SnapChat (que oferece postagens de vídeos ou imagens de apenas 10 segundos) e o Instagram (com vídeos de até um minuto).

Fiquei ponderando suas colocações e depois de uma análise mais profunda percebi que esses curtos espaços de tempo obviamente estrangulam quaisquer possibilidades de aprofundamento na comunicação de qualquer tema que se deseje abordar! Não dá nem pra ir até a página 2 com tão pouco! Com isso, somente se produz “flashs” de quaisquer coisas…

Imagine que se deseje falar sobre um carro: “O veiculo é do modelo (a), produzido pela marca (b), fabricado no país (c), tem motor do tipo (e), o câmbio do tipo (f), quantidade de portas (g), é dedicado a pessoas de perfil (h) e dedicado a ser usado no tipo (i) de situação.”

Agora fica a pergunta: Essas informações cabem em 10 segundos ou em 140 caracteres? Usei 232 toques para escrever sobre o veículo acima e não coloquei nenhum dado, apenas usei uma única letra para cada item…

Portanto, informações tão condensadas como estão atualmente, provavelmente não vão levar a resultados melhores e maiores do que única e exclusivamente, “a perda de tempo”! Mas se a vida é feita de tempo, então se perde muito mais do que apenas o tempo desta forma, não é?!

Alguns podem dizer que é possível fazer sequências de posts de pequenos textos ou vídeos, mas muitas vezes uma pessoa visualiza a primeira postagem e não vê a segunda dado ao volume de coisas que passam pela timeline (mural) de sua rede social.

Da mesma forma, outra pessoa apenas visualiza a segunda postagem e perde a terceira e, a próxima pessoa fica por ver somente a seguinte e não as anteriores ou as posteriores… Percebe o tamanho da encrenca de querer usar as redes sociais mais populares da atualidade para comunicar qualquer coisa maior do que apenas um “flash” de um momento ou a fração de um assunto?! Imagine uma biblioteca de forma análoga, ela não teria mais livros, mas apenas bilhetes em suas estantes…

Essas mídias da atualidade são muito ágeis e criam a sensação de extrema mobilidade, de grande vitalidade, de abundância de ações, mas fica a pergunta: Tudo isso afeta a sua vida de alguma forma?

Do ponto de vista da comunicação, esses flashs de conteúdo equivalem aos leitores que veem as manchetes (chamadas das matérias e artigos), mas depois não leem os textos inteiros. Mantém-se no rasinho do conhecimento (qualquer que seja ele).

Desse perfil de público e de consumidor pode vir muita coisa, mas quase nunca virão ações mais profundas e mais embasadas, com produtos, ideias e invenções mais consistentes e refinador, porque no raso da praia (no ambiente do óbvio) já se colheram todas as ostras e consecutivamente todas as pérolas… É preciso aprofundar…

Mais uma vez me despeço desejando a todos um ótimo, revigorante e muito divertido final de semana!

P.S. Esse meu texto deu 3.822 caracteres! (risos)

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