E agora José?!

É impressionante a força que tem a pessoa de Renan Calheiros.

O Brasil vive hoje uma agonizante luta para manter seu “status quo” usual, que para mim poderia ser melhor denominado por “status cocô”!

Refiro-me as regras do jogo. Como as coisas se desenrolaram até o momento. O “modus operandi” conhecido, permanente e plenamente dominado que políticos e empresários vêm usando e usam até hoje para fazer o que querem, do jeito que querem e quando querem.

Mas não existem os órgãos reguladores e fiscalizadores para esses casos de abuso?! No papel eles estão lá, mas parece ficar evidente que essa festa de décadas de décadas deve ter permanecido invisível para eles. Ou simplesmente bailam juntos sob a chuva de dólares…

E as “instituições brasileiras”?! Ora! Porque alguém que só pensa em si mesmo se importaria com elas?! Quando o buraco que está mais embaixo é o do próprio umbigo, que tipo de moral pode existir?!

Mas Nando Pires, falar em “moral” em pleno século XXI… Isso faz de você um cara de utopia… Um sonhador… Pois é, acredito que sim, mas tenho ciência de que não estou só! Presenciei todas as manifestações, seja pessoalmente em Araras/SP, pela mídia ou mesmo na Av. Paulista, como fui nesta última. E digo que tem muita gente sonhando junto…

Só não sei se a famosa frase é verdadeira: “Sonho que se sonha só é só um sonho. Sonho que se sonha junto é realidade!”

Mas vamos voltar ao Renan Calheiros: Ele renunciou ao Senado Federal na época do impeachment do Collor. Voltou e ainda assumiu a presidência da mesma instituição. Não bastando isso, foi protagonista do único golpe ocorrido durante o impeachment de Dilma, quando fez o desdobramento do artigo único da constituição para o caso, em conjunto com o ex-presidente do STF, Ministro Ricardo Lewandowski.

Nessa última terça-feira descumpriu a decisão monocrática do Ministro Marco Aurélio Mello (STF), a fazendo em tom de desafio e provocando uma votação colegiada do Supremo para tratar do mesmo assunto, que se desdobrou através de outro “jeitinho brasileiro”: que o manteve como presidente do Senado, mas o tirou da linha de sucessão da presidência da república.

E pior, Renan Calheiros ao se pronunciar posteriormente sobre o caso, ainda o fez em tom de deboche: “Decisão do STF fala por si só. Não dá pra comentar judicial. Decisão do Supremo Tribunal Federal é para se cumprir.”

Ou seja: Ele mesmo descumpriu uma decisão quando não lhe foi favorável e aceitou a próxima quando o beneficiou. Tudo para não cair nas garras do juiz, Sérgio Moro e posteriormente no xilindró.

O que fica evidente é que no Brasil não há dois pesos e nem duas medidas. Aqui não há nem pesos e nem desmedidas. As coisas simplesmente são “descabidas”!

E enquanto apenas uma pessoa “peita” um país inteiro do alto de sua arrogância, norteada pelos propósitos mais escusos de seu próprio umbigo, usando uma das canetas mais poderosas dessa nação. O resto de nós segue sem grandes perspectivas, há não ser uma única que parece certa: Morrer trabalhando para sustentar uma elite de corvos que se alimentam do tempo, suor, sangue, lágrimas e sonhos de mais de 200 milhões de habitantes.

Vida de gado que é engordado para o abate e para fartar a farra dos barões… Lamento pelo povo brasileiro.

Novamente desejo a todos um revigorante final de semana, porque dessa vez não há muito o que comemorar.

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